Published by Lélio Alquimista do Imortal under on 08:42
Lélio
já era um imortal e sentia chegada a hora de fazer valer seus esforços para
chegar até ali. Muitos se perdem sob as leis do Bem e do Equilíbrio quando se
tornam imortais. Lélio sempre quisera lutar por um mundo ideal para todas as
criaturas. Com esse ímpeto no peito, ele vai até o Portão dos Guardiões, local aonde as
maiores intendências das realidades se reúnem. Lélio quer submeter-se ao Cristal do Arbítrio,
elemento usado pelos Guardiões para que um imortal possa ser designado com sua significação imortal.
A significação dá a vida do imortal um propósito elevado do Bem e Equilíbrio
aonde por toda sua eternidade ele terá como agradecer a ajuda da natureza em
ser imortal de formas práticas, servindo a um intento especial. Ao adentrar no
santuário, ele seguiu por diversas salas em um extenso corredor amplo. Em
algumas pessoas treinavam magia, outras luta, em outras haviam livros, frascos
dispostos com cuidado, e salas menores com pessoas conversando. Foi lendo cada
placa até achar a sala que dizia Cristal
do Arbítrio. Atravessou a porta e foi tomado por uma sensação inigual de
paz e felicidade, se pegou com os olhos úmidos sem entender o que havia. Um
Guardião se aproximou e disse “Não tenha medo, este espaço tem o poder de
trazer todo nosso íntimo para a consciência. Vejo que você tem grande
potencial. Qual seu nome?”. Ainda atordoado Lélio respondeu e o Guardião o
encaminhou para perto do cristal. Seu brilho era transparente, deixava ondas e
ondas a sua volta como que pinceladas de translúcido na sala. O Guardião pediu
para Lélio ajoelhar-se diante o cristal e perguntar qual seria seu arbítrio.
Lélio assim fez e o cristal emitiu sons tão lindos quanto toda música que já
havia ouvido. Lélio sentiu o toque leve do Guardião em seus ombros, e ao
levantar-se a música do cristal se transformava em palavras em sua mente. “Uma
urna?” ele perguntou ao guardião. “Não é qualquer urna Lélio, essa urna contem
os restos mortais de uma múmia egípcia chamada Akasta-Ram. No seu tempo de
existência, ela quase conjurou um malefício de escravidão perigoso a toda a
humanidade. Foi morta e mumificada, e após centenas de anos escondida, foi
transformada em cinzas sendo triturado seu corpo. Antes disso, a múmia era
mantida suspensa por uma malha de ouro e prata. Foi feito assim pois seus
restos mortais não podem tocar a terra, nem a água, nem o fogo. O feitiço que
ela quase completou está vivo nas cinzas. Deverá guardar para que o recipiente não
entre em contato com o ar, e também que nenhum ser mal intencionado ative a
energia dos restos mortais de Akasha-Ram. Esse cordão com o cristal vai
avisá-lo quando alguém se aproximar do esconderijo decidido por você para a
urna contensora.” O guardião colocou o cordão com o cristal, e retirou a urna
de um quadrado que apareceu na parede. Antes de entregar a urna a Lélio, lhe
deu outro cordão e o advertiu a nunca tocar na urna sem o cordão no pescoço.
Lélio agradeceu e saiu com a urna para sua casa.